Projeto faz uso de drones e inteligência artificial para agilizar manutenção de iluminação pública
Solução da RoboticTech para a EDP é de baixo custo e está sendo desenvolvida na chamada de inovação aberta do Programa de Empreendedorismo Industrial do Findeslab
A energia elétrica pública nas cidades brasileiras chega por fios, transformadores e postes localizados em vias públicas. Assim como nas residências, que contam com um relógio que mede o consumo de energia, a iluminação pública é medida pela distribuidora de energia responsável pelo abastecimento local. O consumo de energia, pela grande abrangência, do parque de iluminação pública é calculado segundo estimativas, considerando suas características de funcionamento e componentes registrados por meio do recenseamento de iluminação pública.
Para agilizar o processo de recenseamento periódico do parque de iluminação pública da EDP, distribuidora de energia elétrica do Espírito Santo, a startup RoboticTech desenvolve, dentro do Programa de Empreendedorismo Industrial do Findeslab, uma solução que integra tecnologias como inteligência artificial e drone para a captação de dados.
O projeto propõe fazer uso de voos de drone de maneira autônoma e manual para a aquisição de imagens georreferenciadas. A partir disso, será possível classificar as imagens automaticamente a partir de um sistema de inteligência artificial, e também gerar um relatório descritivo.
“Com a expansão das cidades, a base cadastral do parque de iluminação pública acaba desatualizada, por isso a necessidade de fazer o recenseamento. Hoje em dia esse serviço é feito por pessoas, que precisam parar, tirar fotos e fazer as anotações desses pontos. Via drone é possível fazer um voo para captar várias imagens e, por elas, conseguir identificar o tipo de lâmpada, potência, entre outras características, que são dados importantes para mensurarmos o consumo, agilizando em, no mínimo, 20 vezes o processo”, diz o CEO da RoboticTech, Mathaus Ferreira da Silva.
A solução está na primeira etapa da versão do sistema de classificação, responsável pela otimização do agrupamento de postes por meio de geolocalizações das detecções. O projeto está sendo desenvolvido no Programa de Empreendedorismo Industrial, chamada de inovação aberta do Findeslab. “É uma iniciativa que apoia as empresas e a sociedade na resolução de problemas, conectando desafios relevantes de grandes empresas com soluções ágeis e criativas das startups”, destaca a gerente de inovação do Findeslab, Naiara Galliani.
Além de agilidade, a nova solução vai possibilitar ainda mais segurança ao trabalhador, que ficará responsável pelo manuseio do drone para realização do serviço. “As missões desenvolvidas pelo drone serão feitas automaticamente. O funcionário vai planejar a missão e autorizar o voo, ou seja, apertar o botão para que o drone inicie os procedimentos e aguardar o seu retorno. O que será preciso fazer é qualificar esse profissional para atuar com a nova tecnologia. Além disto, a empresa ganha a possibilidade de realizar o serviço no período noturno, o que hoje em dia só é feito à luz do dia”, pontua Mathaus.
Maior velocidade com 5G
Com a chegada do 5G, a solução deve melhorar sua performance. O maior alcance e a velocidade – que pode ser 100 vezes mais rápido que o 4G, atingindo 10 gigabits por segundo – permitem o menor tempo de resposta entre o sinal enviado e o recebido. Assim, a solução desenvolvida pela RoboticTech vai permitir um retorno mais rápido.
“A implantação do 5g vai agilizar o processamento dos dados. Hoje, o drone é uma ferramenta de captura de imagens de alta resolução, que são pós processadas. Com a implementação do 5G, será possível capturar e enviar as imagens para o servidor ainda em voo, analisar e emitir o relatório com o tempo de resposta quase imediato. Ou seja, quando o drone voltar ao ponto de decolagem, os dados já estarão prontos e analisados”, explica Mathaus.
Programa de Empreendedorismo Industrial
Se você está pensando em desenvolver uma solução inovadora, a hora é agora. O Findeslab, hub de inovação da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), lançou o Programa de Empreendedorismo Industrial 2022. A chamada de inovação aberta entra em seu quatro ciclo e vai conectar os 19 desafios de 9 grandes empresas às soluções propostas por startups e spin-off de base tecnológica do Estado e de todo país.
As corporates parceiras do programa em 2022 – ArcelorMittal, Banestes, Cesan, EDP Brasil, Fortlev Solar, Samarco, Suzano, Unimed Vitória e Vale – contribuíram para a mobilização dos cerca de R$ 6 milhões para o desenvolvimento das soluções, assim como o Senai Nacional, por meio da Plataforma de Inovação para Indústria, e o Senai ES.
E cada projeto selecionado receberá até R$ 200 mil em recursos financeiros. Durante um ano, a startup terá acesso à rede de mentores e especialistas para apoio no desenvolvimento do projeto, além de acesso ao coworking e apoio dos laboratórios do Findeslab e do Instituto Senai de Tecnologia (IST) em Eficiência Operacional e outros institutos da rede, que atuam em conjunto às startups para concepção e desenvolvimento de protótipos.
Essa é a sua oportunidade de inovar! Acesse aqui para conferir o edital, conhecer os desafios e submeter a solução.